quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uma questão de estilo

Certos jornalistas maranhenses escrevem suas colunas num estilo literário tão elegante quanto o de alguns forrozeiros ao transformarem em letra de música a vida íntima de seus entes queridos: “Seu Delegado, prenda o Tadeu!/ Ele pegou a minha irmã e... nhéu!!!”.

Mas o que é isso, onde estamos, meus senhores?! É execrável uma prática jornalística dessas, que apela aos baixos instintos das massas ignaras, embora o sucesso de vendas desses tabloides seja mais garantido que o de um picolé sabor picanha.

Como antídoto a tantos chavões e clichês difundidos em linguagem vil pela imprensa maranhense, nós aqui da equipe dos 2 Perdidos sugerimos a leitura assídua dos nossos maiores clássicos. Garantimos que vocês jamais encontrarão uma só linha na obra de Machado de Assis que recorra a interjeições vulgares como: “Eita!” ou “Marrapá!” nem constatarão o uso de expressões chulas como “fazer um nheco-nheco”, “levar no forévis” ou “furunfar” nos romances do velho Eça de Queirós. Eu bem previa que a audição maciça, ininterrupta, cavalar, de forró cearense em nossa cidade provocaria mutações radiativas e alteraria a psiquê profunda de todos os escribas da “Apenas Brasileira”. Agora o resultado é essa lástima. Gente que não consegue escrever meia matéria sem enfiar um “cabra bom” ou um grito de “Arriégua!!!” no meio do texto.

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