Sinto-me ofendido e injuriado sempre que me perguntam se já li algum livro do Paulo Coelho, do Jô Soares, da Bruna Surfistinha ou de qualquer outro escritor "genital" das nossas letras. Não passam de uns fariseus, estes leitores onívoros, com seus estômagos de avestruz que traçam qualquer troço, não importando o gosto ruim na boca. Como ousam esses caras ignorarem que o único autor brasileiro digno do título de maior beletrista vivo, lépido, fagueiro e saltitante do país é o - tchan... tchan... tchan... (suspense) - Tiririca! (Cês pensavam que eu fosse dizer o quê, Zé Riba Sarney???)
Pois é, o palhaço e deputado federal que muita gente julgava analfa de nascença (como a digníssima genitora do nosso ex-presidente) já publicou uma obra monumental - de um livro só, é verdade, mas com a vantagem intelectual de não ser de colorir, e sim um livro de anedotas batizado de "As Piadas Fantárdigas do Tiririca". Notem a genialidade do jogo de palavras do título, só comparável aos momentos mais inspirados de James Joyce em seu "Finnegans Wake": "Fantárdigas" é uma criação linguística tão inventiva e exuberante que deixa os nossos pobres poetas concretistas ou neoconcretistas com vontade de baterem as suas cabeças ocas contra o concreto. Campos Brothers, Pignatari, Arnaldo Antunes coisa nenhuma. Tiririca ocupa com muito mais garra e propriedade o posto de gênio nacional.
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