segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dando as costas para o povo

O que mais me incomodou nessa história de greve do transporte coletivo, que deixou a população de S. Luís a ver navios, sem, contudo, avistar nenhum ônibus durante uma semana inteira foi o descaso com que os nossos homens públicos (o que inclui a nossa desgovernadora, homem público ela também, pois como gentleman que sou jamais cometerei a indelicadeza de tratá-la como 'mulher pública') maltrataram os cidadãos ludovicenses, como se dissessem a todos: "Isso aí não é um problema nosso. Virem-se!" Dando-nos, em seguida, as costas.

Nessas horas, com todas as autoridades maranhenses de costas viradas para si, fica difícil para o povo não exercer o direito de liberdade como este foi definido pelo grande filósofo Bussunda: "Liberdade é poder passar a mão na bunda do Sarney". Ou do João Castelo, acrescento eu. Democracia no Brasil, afinal, não passa duma variação contagiante da Dança do Tchan, com muito remelexo e gingado, que congrega todos os brasileiros e brasileiras uma vez por ano a botarem a mão no joelho, darem uma agachadinha e requebrarem os quadris diante das urnas. Afinal foram 21 anos de ditadura militar dizendo-nos: "Segura o tchan, amarra o tchan, tortura o tcha-tcha-tchan-tchan".

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